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127 Anos da Academia Brasileira de Letras: Um Tributo aos Mestres da Literatura

16 de agosto de 2024 20:17:26

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Instituto Ciclos do Brasil, 20/07/2024



José de Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, Castro Alves e Joaquim Manuel de Macedo, em um estilo contemporâneo e dinâmico, refletindo a cultura e literatura brasileiras com cores vibrantes e padrões tradicionais.

Hoje, a Academia Brasileira de Letras (ABL) celebra seu 127º aniversário, marcando mais de um século de dedicação à promoção da literatura e cultura brasileira. Fundada em 20 de julho de 1897, a ABL tem sido um pilar fundamental na preservação e valorização do patrimônio literário do Brasil. Para comemorar esta data especial, vamos explorar a contribuição de alguns dos autores presentes no acervo da Biblioteca Virtual A Casa Amarela que também fizeram parte desta renomada instituição ou foram homenageados por ela.


Contexto Histórico da Academia Brasileira de Letras

A fundação da ABL ocorreu em um momento de grandes transformações no Brasil. O país havia se tornado uma república apenas oito anos antes, em 1889, e buscava consolidar sua identidade cultural e literária. A criação da ABL foi inspirada na Academia Francesa, fundada em 1635, e refletia o desejo da elite intelectual brasileira de estabelecer uma instituição que preservasse e promovesse a língua e a literatura nacionais [1].

Os fundadores da ABL, liderados por Machado de Assis, eram figuras proeminentes da literatura e da intelectualidade brasileira da época. Entre eles estavam nomes como Olavo Bilac, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. A escolha de 40 cadeiras, cada uma com um patrono, foi uma homenagem aos escritores do passado que haviam contribuído significativamente para a literatura brasileira [2].

Ao longo de seus 127 anos de história, a ABL testemunhou e participou de momentos cruciais da história brasileira. Durante o Estado Novo (1937-1945), por exemplo, a instituição manteve uma posição de relativa autonomia, embora alguns de seus membros tenham sido perseguidos pelo regime [3].


Estrutura Atual da ABL

Hoje, a Academia Brasileira de Letras mantém sua estrutura original de 40 cadeiras, ocupadas por escritores, poetas, ficcionistas e estudiosos da língua portuguesa. Os membros são eleitos por seus pares e ocupam suas cadeiras vitaliciamente [4].

O processo de eleição para novos membros é rigoroso e tradicional. Quando um acadêmico falece, abre-se uma vaga. Os candidatos devem se inscrever formalmente e são submetidos a uma votação secreta pelos membros atuais. Para ser eleito, um candidato precisa receber a maioria absoluta dos votos [5].

Além de preservar a língua portuguesa e a literatura brasileira, a ABL desenvolve diversas atividades culturais, incluindo a publicação de obras literárias, realização de seminários, manutenção de uma vasta biblioteca, concessão de prêmios literários e promoção de programas de incentivo à leitura [6].

Agora, vamos explorar alguns dos notáveis autores que fazem parte tanto do acervo da Biblioteca Virtual A Casa Amarela quanto da história da ABL:


José de Alencar (1829-1877)

José de Alencar é uma figura central na literatura brasileira, sendo um dos precursores do romance no país. Seus trabalhos, como "O Guarani" (1857) e "Iracema" (1865), são fundamentais para entender o romantismo brasileiro e a formação da identidade nacional. Embora Alencar tenha falecido antes da fundação da ABL, ele foi escolhido como patrono da cadeira número 23, evidenciando sua importância no cenário literário nacional [7].

Alencar não apenas contribuiu para a literatura, mas também teve uma carreira política significativa. Foi deputado pelo Ceará e chegou a ser Ministro da Justiça durante o Império. Sua obra "Senhora" (1875) é considerada uma das primeiras a abordar criticamente a sociedade brasileira do século XIX [8].


Machado de Assis (1839-1908)

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira. Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo sido seu primeiro presidente e ocupante da cadeira número 23. Machado presidiu a ABL desde sua fundação em 1897 até sua morte em 1908 [9].

Seus romances, contos e crônicas, como "Dom Casmurro" (1899) e "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), exploram a complexidade da sociedade brasileira com profundidade e sutileza. Machado é celebrado por sua habilidade de dissecar a psicologia humana e por seu estilo irônico e inovador. Sua obra "Quincas Borba" (1891) introduziu o "Humanitismo", uma filosofia fictícia que satiriza o positivismo e outras correntes filosóficas da época [10].


Lima Barreto (1881-1922)

Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido por sua crítica social aguçada e por retratar as dificuldades dos marginalizados, também faz parte do nosso acervo. Embora não tenha sido membro da ABL durante sua vida, sua obra e influência são inegáveis. Em 2020, Lima Barreto foi homenageado pela ABL como ocupante póstumo da cadeira 13 [11].

Barreto é lembrado por seu compromisso com a verdade e por sua luta contra as injustiças sociais, visíveis em obras como "Triste Fim de Policarpo Quaresma" (1915) e "Clara dos Anjos" (publicado postumamente em 1948). Sua vida foi marcada por dificuldades financeiras e problemas de saúde, incluindo internações em hospitais psiquiátricos, experiências que influenciaram profundamente sua escrita [12].


Castro Alves (1847-1871)

Antônio Frederico de Castro Alves, conhecido como o "poeta dos escravos", foi um defensor fervoroso da abolição da escravatura no Brasil. Seus poemas, como "O Navio Negreiro" (1868) e "Vozes d'África" (1868), são carregados de paixão e ativismo. A ABL reconhece sua importância como uma voz poderosa na luta pela liberdade e justiça, tendo-o como patrono da cadeira número 7 [13].

Apesar de sua curta vida - faleceu aos 24 anos devido à tuberculose - Castro Alves deixou um legado literário significativo. Sua obra "Espumas Flutuantes" (1870) foi o único livro publicado em vida e é considerado um marco da poesia romântica brasileira [14].


Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)

Autor de "A Moreninha" (1844), Joaquim Manuel de Macedo é uma figura importante no cenário literário brasileiro. Embora tenha falecido antes da fundação da ABL, Macedo foi escolhido como patrono da cadeira número 20, reconhecendo sua contribuição para a consolidação da literatura brasileira [15].

Além de romancista, Macedo foi jornalista, professor e político. Ele lecionou História do Brasil para a Princesa Isabel e foi deputado provincial e geral pelo Rio de Janeiro. Sua obra "A Luneta Mágica" (1869) é considerada uma das primeiras incursões da literatura brasileira no gênero fantástico [16].


Euclides da Cunha (1866-1909)

Autor de "Os Sertões" (1902), Euclides da Cunha trouxe uma visão detalhada e crítica da Guerra de Canudos, destacando as dificuldades do sertanejo brasileiro. Ele foi eleito para a ABL em 1903, ocupando a cadeira número 7. Sua obra é uma combinação de reportagem, história e análise sociológica, oferecendo uma visão multifacetada do Brasil rural [17].

Antes de se tornar escritor, Euclides da Cunha teve uma carreira militar e trabalhou como engenheiro. Sua formação científica influenciou significativamente seu estilo de escrita, combinando observação meticulosa com análise social. Além de "Os Sertões", suas obras "Contrastes e Confrontos" (1907) e "À Margem da História" (1909) também são importantes para compreender o pensamento social brasileiro do início do século XX [18].


Conclusão

A Academia Brasileira de Letras, ao longo de seus 127 anos, tem sido um bastião da cultura e literatura no Brasil. Celebramos esta data honrando os grandes nomes que fazem parte do nosso acervo e que também deixaram sua marca na ABL, seja como membros, patronos ou homenageados.

A ABL continua a desempenhar um papel vital na promoção e preservação da literatura brasileira. Adaptando-se aos tempos modernos, a instituição mantém uma presença online ativa e tem digitalizado parte de seu acervo para acesso público. No entanto, ainda enfrenta desafios, como a necessidade de maior diversidade entre seus membros e a tarefa de manter sua relevância em um mundo digital em rápida mudança [19].

Convidamos todos os amantes da literatura a explorar as obras desses mestres na Biblioteca Virtual A Casa Amarela, continuando a tradição de valorização e promoção da literatura brasileira. Ao fazê-lo, não apenas honramos o passado, mas também contribuímos para o futuro vibrante da literatura brasileira.



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Referências


Comemore esta data especial explorando a rica herança literária que a Academia Brasileira de Letras e os autores do nosso acervo oferecem!



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