René Descartes nasceu em 31 de março de 1596, em La Haye en Touraine, uma pequena cidade na França, que hoje leva o nome de Descartes em sua homenagem. Filho de um advogado e membro do Parlamento da Bretanha, Descartes cresceu em uma família abastada e recebeu uma excelente educação. Aos oito anos, foi enviado para o colégio jesuíta de La Flèche, uma das escolas mais prestigiosas da França, onde estudou por quase uma década.

Durante seus estudos, Descartes recebeu uma formação sólida em matemática, filosofia e ciências, mas sentiu-se insatisfeito com o ensino escolástico tradicional, que ele considerava repleto de incertezas e contradições. Após se formar, ele estudou Direito na Universidade de Poitiers, mas rapidamente abandonou a carreira jurídica para se dedicar a uma busca pela verdade e pelo conhecimento.

Em 1618, Descartes ingressou no exército do príncipe Maurício de Nassau, onde conheceu o físico e matemático holandês Isaac Beeckman, que despertou seu interesse pela matemática e pela física. Essa amizade foi um marco importante na vida de Descartes, que começou a desenvolver sua própria abordagem metodológica para a investigação científica e filosófica.

Descartes passou grande parte de sua vida viajando pela Europa, estabelecendo-se por longos períodos nos Países Baixos. Durante esse tempo, ele começou a formular suas ideias filosóficas e científicas, que mais tarde seriam publicadas em suas obras. Em 1637, ele publicou "Discurso sobre o Método", uma das obras mais importantes da filosofia moderna, na qual expõe seu método para alcançar a verdade, baseado na dúvida sistemática e no uso da razão.

O "Discurso sobre o Método" também inclui três ensaios científicos: "Dióptrica", "Meteoros" e "Geometria", sendo este último particularmente influente por introduzir a geometria cartesiana, que unifica a álgebra e a geometria e forma a base da geometria analítica moderna.

A frase "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo") se tornou a afirmação mais célebre de Descartes e uma pedra angular da filosofia moderna. Ela aparece em sua obra "Meditações Metafísicas" (1641), onde ele busca estabelecer um fundamento seguro para o conhecimento e argumenta a existência de Deus como garantia da verdade das percepções claras e distintas.

Descartes também fez contribuições significativas à matemática, especialmente com a introdução do sistema de coordenadas cartesianas, que revolucionou a geometria. Além disso, suas ideias filosóficas, particularmente seu dualismo mente-corpo, tiveram um impacto duradouro, influenciando profundamente o pensamento ocidental.

Em 1649, Descartes foi convidado à corte da rainha Cristina da Suécia para ser seu tutor em filosofia. No entanto, o rigoroso clima nórdico e o horário exigente de suas lições matinais (para acomodar os hábitos da rainha) afetaram sua saúde. Descartes contraiu uma pneumonia e faleceu em 11 de fevereiro de 1650, em Estocolmo.

René Descartes é lembrado como o "pai da filosofia moderna" devido à sua ênfase no uso da razão como caminho para o conhecimento. Suas obras influenciaram não apenas a filosofia, mas também a matemática, a física e a ciência em geral, deixando um legado que perdura até os dias de hoje.