Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras, localizada em Muritiba, no Recôncavo Baiano, Brasil. Filho do médico Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro, Castro Alves desde cedo demonstrou talento para a poesia e o amor pelas letras. Aos 13 anos, após a morte da mãe, mudou-se com a família para Salvador, onde ingressou no Ginásio Baiano e começou a se destacar como poeta.

Em 1862, aos 15 anos, Castro Alves escreveu seus primeiros poemas e, dois anos depois, mudou-se para o Recife para estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife, um centro intelectual efervescente onde se envolveu com movimentos abolicionistas e republicanos. Durante esse período, conheceu outros grandes nomes da literatura brasileira, como Tobias Barreto e José Bonifácio, o Moço.

Castro Alves ficou conhecido como o "Poeta dos Escravos" devido à sua luta incansável contra a escravidão. Seus poemas abolicionistas, cheios de indignação e apelo emocional, marcaram profundamente a literatura brasileira e a consciência social da época. Em 1868, publicou "Espumas Flutuantes", sua única obra publicada em vida, que incluía o famoso poema "O Navio Negreiro", uma denúncia contundente do tráfico de escravos e da opressão sofrida pelos africanos.

Em 1867, mudou-se para São Paulo, onde continuou seus estudos de Direito e participou ativamente do movimento literário local. Nesse período, envolveu-se amorosamente com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, para quem dedicou muitos de seus versos apaixonados. Infelizmente, a relação foi conturbada e terminou de forma trágica, afetando profundamente a saúde emocional de Castro Alves.

Em 1868, durante uma caçada, sofreu um acidente que resultou na amputação de um dos pés. Sua saúde, já debilitada pela tuberculose, piorou consideravelmente após o incidente. Mesmo assim, continuou a escrever fervorosamente, produzindo alguns de seus poemas mais importantes, como "Vozes d'África" e "O Livro e a América".

Castro Alves faleceu em 6 de julho de 1871, aos 24 anos, em Salvador, vítima de tuberculose. Apesar de sua breve vida, seu legado literário e político é imenso. Sua obra foi publicada postumamente em várias coletâneas, entre elas "Os Escravos" e "Hinos do Equador". Castro Alves é lembrado como um dos maiores poetas do Romantismo brasileiro e um dos mais ardorosos defensores da liberdade e da justiça social em sua época.